Apesar de sabermos que a vida é finita, tendemos a viver como se o dia da despedida nunca fosse chegar. Mas é quando uma notícia inesperada aparece, uma demissão, um divórcio, a morte de alguém querido, o surgimento de alguma doença crônica como a NMO, que nos levam a questionar o sentido da vida num arrebatamento de sentimentos diversos, elevando a ansiedade, estresse e outros aspectos psicológicos.
Muitas pessoas nascidas antes dos anos 2000, não foram estimuladas fora ou dentro das salas de aula nas escolas a aprenderem a lidar com suas emoções, reconhecer e comunicar suas necessidades. Nos tornamos adultos com capacidades cognitivas estimuladas e pouca habilidade socioemocional. É com esse arcabouço que recebemos as notícias desafiantes, e vamos tentando resolver a situação muitas vezes de forma desmedida e sem apoio, pois ainda existe elevado preconceito acerca de buscar suporte psicológico.
Atendendo pessoas com doenças crônicas, observei que em muitas delas existia a cobrança interna de ter que mudar o quadro a qualquer custo, e já saber como lidar com a situação. Duas expectativas elevadas demais que podem ressaltar o sentimento de impotência e frustração, podendo até elevar o nível de estresse e ansiedade, tornando mais desafiador emocionalmente lidar com o processo do adoecimento.
Como a Psicoterapia te ajuda
O trabalho da psicoterapia é apoiar essas pessoas, e auxiliar no processo de identificação e ressignificação dos sentimentos e emoções, percepção dos aspectos reais e fantasiosos sobre a doença, reconstrução do projeto de vida. Uma vez que os familiares também vivem um processo de luto ao lado das pessoas com doenças crônicas, é de extrema importância que os membros dessa família também possam buscar a psicoterapia para lidar com as mudanças.
Independente da situação que estejam vivendo, costumeiramente tendo a lembrar as/os clientes que elas e eles são seres humanos e nessa condição de humanos somos limitados, não sabemos tudo e precisamos de um tempo para elaborar esse emaranhado de informações físicas, emocionais e mentais que nos acometem. Por isso a paciência consigo, a busca por suporte e a compaixão são ferramentas valiosas para o manejo da convivência com uma doença crônica como a NMO, por exemplo.
*WED SANTOS é psicólogo / psicoterapeuta, Consultor em Saúde Mental e Emocional da ABNMO e mediador do grupo de apoio para pessoas com NMO que é desenvolvido com integrantes da Comunidade NMO – O grupo de apoio online é parte do Programa Viver Melhor da ABNMO.